Foto: HGE de ALAGOAS
Humanização no HGE
Mais de 250 mil pacientes foram atendidos por acolhimento com classificação de risco no HGE
" Segundo a coordenadora do setor, Anita Ribeiro, o sistema mudou toda a lógica de atendimento do hospital. “A assistência é priorizada para os casos graves, que são prontamente atendidos. Não há mais triagem, ordem de chegada ou escolha. Os de menor gravidade aguardam o atendimento de acordo com a prioridade, alguns casos são encaminhados para as unidades básicas de saúde municipais”, explicou. " ( Agência Alagoas)
" Segundo a coordenadora do setor, Anita Ribeiro, o sistema mudou toda a lógica de atendimento do hospital. “A assistência é priorizada para os casos graves, que são prontamente atendidos. Não há mais triagem, ordem de chegada ou escolha. Os de menor gravidade aguardam o atendimento de acordo com a prioridade, alguns casos são encaminhados para as unidades básicas de saúde municipais”, explicou. " ( Agência Alagoas)
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Parecer do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais sobre o procedimento “triagem”, em unidades de Urgência e Emergência envolvendo encaminhamento para outras unidades de pacientes é ato privativo de médico
Conselheiro:
Itagiba de Castro Filho
CRMMG 5.943
Itagiba de Castro Filho
CRMMG 5.943
PARECER-CONSULTA: 3639/2009
EMENTA: O procedimento
“triagem”, em unidades de Urgência e Emergência envolvendo
encaminhamento para outras unidades de pacientes é ato privativo de
médico.
I – Parte expositiva
Consulente indaga a este Conselho a
respeito da implantação do Protocolo de Manchester em hospital que
presta serviços pelo SUS. Alega que o serviço de “acolhimento dos
pacientes” será executado por enfermeiro e “consiste na avaliação de
dados clínicos para determinação de prioridade de atendimento”.
Finaliza formulando as seguintes questões:
1. Pode o profissional enfermeiro
encaminhar os pacientes que se enquadrem na cor azul do Protocolo de
Manchester para atendimento nas Unidades Básicas de Saúde do município?
2. Este procedimento pode ser considerado triagem?
3. A triagem de pacientes pode ser executada por enfermeiro?
II – Do mérito
O Protocolo de Manchester prevê a
classificação dos casos, obedecendo a uma escala entre o menor e maior
risco. Assim que chega ao serviço, a pessoa é encaminhada para um setor
de avaliação de risco, onde é submetida a uma rápida avaliação. A
observação inicial identifica sinais que permitem atribuir um grau de
prioridade no atendimento e o tempo recomendado. O paciente recebe uma
pulseira com uma cor que indica a gravidade do caso e o tempo de espera
para ser atendido por um médico. O método assegura que paciente em
escala de risco duvidoso, é sempre classificado para o mais grave.
Deve ser ressaltado que o profissional
que faz a avaliação de risco não é médico e sim um enfermeiro,
devidamente treinado para que seja feita somente avaliação de risco e
nunca diagnóstico. O local de atendimento é uma sala com duas cadeiras e
uma mesa, sem maca ou mesa de exame. O equipamento disponível resume-se
a um termômetro auricular, glicosímetro e oxímetro.
A implantação do Protocolo de Manchester
pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais é uma iniciativa que
visa reorganizar a assistência à Urgência e Emergência, dentro do Plano
Diretor.
Trata-se de iniciativa elogiável, de
sucesso e eficácia comprovados em outros centros urbanos e, se
implantado dentro das normas originais, contribuirá com benefícios para
os pacientes e melhoria das condições de trabalho do médico que atende
aos setores de U/E. (ver PARECER CONSULTA Nº 3436/2008, CRMMG)
III – Parte conclusiva
De fato, o Protocolo de Manchester está
assegurado por direitos autorais e deveria ser implantado com a parceria
do Estado de Minas Gerais que adquiriu os direitos e os softwares
necessários. Muitos serviços vêm implantando os assim chamados
“Protocolo de Manchester” sem obediência à criteriosa metodologia para a
sua aplicação, gerando distorções que poderão comprometer o atendimento
à população e infringir o Código de Ética.
Quanto às questões formuladas, respondemos:
1. Pode o profissional enfermeiro
encaminhar os pacientes que se enquadrem na cor azul do Protocolo de
Manchester para atendimento nas Unidades Básicas de Saúde do município?
Resposta: Não. O protocolo prevê somente a classificação para prioridade de atendimento.
2. Este procedimento pode ser considerado triagem?
Resposta: Sim. O
atendimento de pacientes em Unidades de U/E com encaminhamento para
outras unidades de atendimento pressupõe exame, diagnóstico e conduta,
atos de natureza eminentemente médica.
3. A triagem de pacientes pode ser executada por enfermeiro?
Resposta: Não. O procedimento “triagem”, como entendido no item anterior, é ato privativo de médico.
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