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Os médicos do
PSF de Atalaia não aceitaram a proposta de reajuste salarial feita pela
prefeitura. O valor proposto, além de ter ficado aquém do reivindicado, está
muito abaixo da média da região. Como não houve entendimento e a prefeitura não
acenou com a possibilidade de melhorar a proposta, os médicos realizarão
assembleia nesta segunda-feira, 13, no Sinmed, para decidir o que fazer.
Há uma tendência de desistência dos postos
de trabalho, a exemplo do que ocorreu em Penedo. O município do São Francisco
perdeu 12 dos 15 médicos, ficando apenas com as equipes onde trabalham médicos
concursados. O mesmo pode acontecer em Atalaia e em outros municípios onde os
salários não remuneram dignamente o trabalho dos médicos.
No caso de Penedo, a atual administração
reduziu em 30% o salário da categoria no início do ano. Os médicos se recusaram
a permanecer. Nas próximas semanas, o Sinmed tentará um novo entendimento com a
prefeitura, para tentar viabilizar a reativação de pelo menos algumas das
equipes do PSF no município. É que por conta da falta de médicos em Penedo, os
que trabalham em Coruripe estão sendo penalizados, já que moradores de Penedo
estão indo procurar atendimento médico em Coruripe.
Os profissionais que estão deixando o PSF
– e a rede estadual de saúde – em Alagoas estão migrando para estados vizinhos,
principalmente para Pernambuco. O Estado vizinho realizou concurso no ano
passado e aprovou grande número de médicos alagoanos de várias especialidades.
Muitos foram convocados e assumiram suas vagas; outros estão sendo chamados
agora.
Nas equipes de PSF dos municípios
pernambucanos os salários também são melhores, chegando a ser duas vezes
maiores que nos municípios que melhor remuneram os médicos em Alagoas. A
abertura de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em Pernambuco também tem
atraído médicos alagoanos. O governo pernambucano está investindo na
contratação porque está faltando médico naquele Estado. Como em Alagoas a
população não necessita de assistência médica, os gestores ficam só olhando
toda essa movimentação. E não fazem nada.
Fonte:Coluna do Sinmed de domingo 12 de setembro de 2010